
Hoje me dei o presente de contemplar o rio Capibaribe
sobre a ponte da Capunga.
Ele é lindo. Claro que algumas pessoas estavam pensando que eu iria me jogar. Sinal de uma tribo adoecida: mais fácil supor que alguém vai se suicidar do que simplesmente está em diálogo genuíno com o rio.
Um dia ele já foi limpo. Fico imaginando como seria limpo de novo.
Um rio que corta a cidade é um privilégio. É um ancestral. Um tataravô presente.
E percebi que nossa tribo o trata como se fosse uma Geni, da clássica música de Chico. Por trás desse rio meio Geni, que acolheu tanta sujeira nossa (não é ele que é sujo, nem a Geni), há muita e muita VIDA!
Parece mentira, mas eu já vi duas capivaras nadando contra a correnteza. Porque vez ou outra eu olho pro Capibaribe, essa majestosa força da natureza, essa paisagem tão familiar que me acompanha desde guri, que viu o recife antes da cidade nascer, então ele me mostra seus sonhos.
O rio é inocente. Limpo. Fértil.
Nossa cidade tem um potencial incrível, ele me diz. É bonito o que me fala. E eu escuto. Porque ainda sou muito jovem e quero aprender com os mais velhos...
foto: Lula de Oliveira (@caminhosimples)