
Imagine que a família é sua tribo.
Há sonhos que se realizaram, cujos frutos você colhe hoje (com gratidão a quem os plantou).
Mas há também sonhos que não.
Assim, a sua geração herda essa responsabilidade: continuar o projeto da tribo, do mundo, do universo.
Você é importante para o todo. Essencial.
Aliás, boa parte do vazio existencial da sociedade contemporânea poderia ser justificado pela ruptura da conexão com a tribo, com o projeto maior.
Na linha do tempo, você herda tanto os benefícios, quanto às obras inacabadas do seu povo. Pode, por exemplo, usufruir do avanço da tecnologia, ao mesmo tempo deve arcar com os excessos de predação da terra.
Numa tribo consciente e cooperativa, você se serve das descobertas do passado, dando-lhes um fim cada vez mais ético, amoroso e inclusivo. Aprimora as ferramentas.
Todo passo anterior pode receber uma finalidade digna. Os erros viram aprendizados. Os acertos são referências.
Assim, você honra os seus antepassados, construindo mais um degrau da escada.
Esse chamado da alma da família não é uma sentença. Não ignora sua individualidade. Não obriga você a ser quem não é. Pelo contrário. É através do chamado que você reconhece seus dons e seu sentido de existir.
A alma da família é sábia. Mais velha que bisavós e baobás.
De repente, você sente o que precisa fazer, qual o caminho a seguir.
Essa sabedoria silenciosa aproveita o seu jeito de ser, incomparável e único, para cumprir o plano maior.
foto: Luma Torres (@lumactorres)